Cazorla, Segura y Las Villas: a maior reserva natural da Espanha

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A desconhecida província espanhola de Jaén guarda muitos tesouros. Um deles é a maior região de preservação natural do país: as Sierras de Cazorla, Segura y Las Villas.

A vista do castelo e do povoado a partir da trilha

É encantador visitar o local no outono, quando a natureza ganha aquela variação de cores típicas: o verde começa a ficar amarelo, que passa para laranja até finalmente chegar ao marrom. Apesar de instabilidade no clima — em um mesmo dia pode fazer calor e sol, chuva e sol, chuva e frio — o ambiente montanhoso é aconchegante não importa a temperatura.

As cores do outono na Sierra de Segura

Bosque de pinheiros exala tranquilidade

Existem diversas cidades turísticas que ficam dentro da região de preservação, como Cazorla, Santiago de Espada ou Siles. Meu marido e eu elegemos Segura de la Sierra para passar um fim de semana.

Esse é um povoado minúsculo, de uns 1000 habitantes, na altitude de 1240 metros, com duas lojas de alimentação, umas cinco opções de bares e restaurantes, muitos alojamentos rurais e milhares de opções de rotas pela natureza, seja a pé, de bicicleta, moto ou carro.

Caminhada nos bosques

Quem gosta de natureza e é fã de caminhadas e trilhas ecológicas vai adorar visitar Segura de la Sierra. De lá partem várias rotas, seja em trilha, no meio dos bosques de pinheiros, seja em pistas para automóveis. 

As pequenas cidades e povoados da região ficam distantes entre si, e isso significa muito espaço de natureza para percorrer. No meio das muitas possibilidades de caminho, há áreas de descanso e inclusive zonas para acampamentos.

As rotas de senderismo (termo em espanhol equivalente a "caminhada") mais buscadas na região são a que leva ao El Yelmo — uma montanha onde muita gente pratica o voo livre —, e a do Río Madera, que leva ao seu nascimento.

A rota que saí do fim da cidade, ao lado do castelo, pode ser feita a pé ou de carro

A sinalização das trilhas e povoações estão por todo o lado 

Os pinheiros verdinhos e as pedras marcam a paisagem

Alguns cervos representando a fauna local

No meio do caminho tinha uma minicaverna

A vegetação local 

Todo o parque é extremamente sinalizado, com indicações de onde se pode começar as rotas a pé, placas indicando as povoações que ficam dentro do parque natural, com estradas bem cuidadas para quem prefere ir pedalando ou em automóvel. Ou seja: não há perigo de se perder. 

Uma questão a qual vale a pena se atentar são os incêndios, extremamente comuns nos meses mais quentes (de junho a agosto). Uma boa parte da rota que leva ao El Yelmo, por exemplo, foi atingida pelo fogo este ano, o que deixou a paisagem tristemente negra. Há proibição de fazer fogueira em muitas zonas do parque natural justamente para evitar isso, mas muitos incêndios acontecem naturalmente no local.

Segura de la Sierra

Esse micropovoado oferece várias casas e apartamentos rurais, praticamente todos com lareira e infraestrutura completa (para dormir, cozinhar e tomar banho). Geralmente há lenha a disposição, mas se for preciso, em uma breve caminhada pela trilha na saída da cidade é possível recolher madeira e pinha para o fogo.

É possível conhecê-lo de ponta a ponta em 10 min a pé, e seu ponto auge é o castelo que fica no final da cidade, justo de onde saem as rotas de caminhada e a estrada que conduz às demais rotas por dentro do parque natural.

Castelo de Segura de la Sierra

Sol se pondo em Segura de la Sierra

Apesar de a cidade ter 2 lojas onde se pode comprar bebidas e comidas, é interessante levar o que for consumir, já que as lojinhas não ficam abertas durante todo o dia.

Há também uma farmácia no local e algumas opções de bares e restaurantes que, como é comum acontecer nas pequenas cidades espanholas, costumam ser ponto de encontro dos habitantes locais, especialmente no fim de semana. 

Isso significa que você terá que fazer um pouco de esforço para chamar a atenção do atendente no balcão. Fomos ao Café Bar Endrino e achamos justo tanto o preço quanto a qualidade da comida.

Cidades no caminho

Como vivemos em Jaén capital, fomos de moto até Segura de la Sierra. Boa parte da rota é feita na Autopista del Olivar, que passa pelo mar de olivos que é a marca dessa província. Nessa autopista há uma ciclovia que pode interessar aos que gostam de viajar de bicicleta: ela sai de Jaén e é possível chegar até Puerta de Segura, última cidade antes de se adentrar a zona de serra.

Pegar a Autopista do Olivar significa, também, passar por duas cidades de grande relevância cultural e arquitetônica para a Espanha: Úbeda e Baeza. Como nós já as conhecemos, não paramos, mas quem passar alguma vez próximo a essas cidades não se arrependerá de desviar um pouco o caminho e passar umas horinhas passeando por elas.

Outra cidade minúscula que fica no caminho e que vale a pena conhecer é Iznatoraf. Essa cidade medieval onde houve dominação muçulmana é uma graça, com casas brancas bem cuidadas e varandas e ruas floridas, como é comum no interior da Andaluzia.

Uma das encantadoras ruas floridas de Iznatoraf

Igreja e praça central de Iznatoraf

Centro de Iznatoraf

Onde ficamos

Nos hospedamos nos Apartamentos Rurales Peralta, uma excelente opção. O apartamento é uma espécie de kitnet espaçosa, com banheiro, cozinha e quarto/sala. 

Há lareira, roupa de cama e banho, todos os utensílios de cozinha, TV. Não há internet. A limpeza é impecável e o local todo bem cuidado, além de lindo, com um estilo rústico. Por duas noites, pagamos 77 euros.

Como chegar


O aeroporto mais próximo é o de Granada-Jaén, que só recebe voos domésticos. O mais recomendável é visitar a região de automóvel. De Jaén, capital da província, a Segura de la Sierra são mais ou menos 150 km. De Madrid, 300 km, aproximadamente.











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