Verão no norte da Espanha: Astúrias e Castilla y León

Nossa viagem do verão 2018 pela Espanha (no mês de setembro) teve como destino as Astúrias. Desde que comprou sua moto, meu marido queria fazer uma viagem longa com ela; assim, decidimos que o verão era a melhor época e que o norte da Espanha seria uma boa ideia.



Além do principado de Astúrias, visitamos também Peñafiel, Castrillo de Duero e Cuevas de Provanco, povoados na província de Castilla y León, onde vive parte da família do meu marido. Esses últimos destinos foram contemplados na volta, mas neste post pretendo comentar sobre as cidades que vistamos nas Astúrias: Oviedo (a capital), Gijón, na beira do mar cantábrico, e a surpreendente Avilés.

Na estrada encantada

Optamos, na ida, por evitar um pedágio caríssimo (€13) que existe entre Castilla y León e as Astúrias na estrada principal (AP-66). Com isso, pegamos uma estrada mais demorada mas que valeu cada segundo, pois as paisagens foram lindíssimas. Para conseguir pegar essa estrada, que vai pelo Puerto de Parajes (não pedagiada), o ideal é ir até a cidade de León.

Já na província de León começam a aparecer, de um lado, os cenários verdinhos do norte da Espanha e os micropovoados, enquanto que, do outro lado, por toda a rota, vamos lado a lado com a linha do trem. Ao chegar nas Astúrias, a mudança é brusca: nada mais de estradas planas, agora, o que se vê são grandes (e verdes) vales, com casas típicas (as paneras) e muito gado pastando.

Foram casas desse estilo que vimos pela estrada

Alguns dos povoados asturianos fazem parte do famoso Caminho de Santiago, e é comum ver os símbolos tradicionais dessa rota. Junto com a religiosidade cristã, fundem-se aspectos da mitologia asturiana, pois essa região espanhola é conhecida por suas histórias de bruxas e duendes. Tudo isso contribuiu para criar um clima encantado que nos acompanhou durante toda a trajetória até Oviedo.

Oviedo e a sidra

A capital do principado de Astúrias é Oviedo, uma cidade relativamente pequena, com uns 225 mil habitantes. A primeira coisa que chama a atenção na cidade é a limpeza das ruas e a urbanização super organizada.

Oviedo foi nossa escolha como "base" (acomodação) por ter preços acessíveis e por estar bem centralizada, possibilitando visitar, sem problemas, as outras partes do principado. No caso das cidades que visitamos (Avilés e Gijón), fomos de ônibus desde Oviedo, pois os dias estavam chuvosos e não quisemos nos arriscar com a moto. Os preços das passagens são bem acessíveis (€2,50 para Gijón e €2,60 para Avilés) e em menos de 1h chegamos a cada uma das cidades.

Na própria capital não há muitas atrações, mas vale a visita:

- ao parque Campo de San Francisco: para passear, relaxar e tirar fotos com as estátuas (tem uma da Mafalda, a personagem do argentino Quino);

- à Calle Cascona: é rota da sidra, a bebida fermentada de maçã típica da região. Por ser menos alcóolica que o vinho, as pessoas tomam mais de uma garrafa por refeição, e o método de servir é irreverente: com uma mão lá no alto seguram a garrafa e na outra mão, lá em baixo, o copo;

- às Calles Campoamor y Manuel Pedregal: ou rota do vinho, para quem, como eu, não curtir tanto a sidra;

- ao Monte Naranco e às igrejas Santa María del Naranco e San Miguel de Lillo: de estilo pré-românico. É possível fazer visita guiada, que deve ser comprada com antecedência (mais informações aqui);


 Santa María del Naranco


San Miguel de Lillo

- à Calle Uria: vale por sua beleza e é a melhor zona para fazer compras (nessa região há várias outras estátuas, como a do Woody Allen. Oviedo tem muuuitas estátuas!).


Gijón em festa

Gijón é uma cidade portuária que fica a 35 km de Oviedo. Sua população é um pouco maior do que a da capital (quase 300 mil habitantes) e, por ter a praia, acaba sendo preferida por mais pessoas (principalmente por estrangeiros) na hora de hospedar-se.

No dia que a visitamos, chegamos com o céu cinza e bastante névoa, mas assim mesmo haviam corajosos na água. Perto da hora do almoço, esquentou mais, porém o vento não dava trégua. 

É importante salientar que o clima asturiano não é dos "melhores": se você prefere o calor, lá não é o seu lugar, pois chove bastante e é bem úmido, o que forma sempre neblina. Ainda era verão quando fomos e as máximas não chegaram nem a 30º C. Para pegar um calorzinho, vale a pena ir em julho ou agosto (mas sempre leve uma roupa de frio por precaução).

Em Gijón, há diversas atrações de interesse, como:

- a escultura Elogio del Horizonte, que fica num penhasco que dá para o mar, no Cerro Santa Catalina (bairro de Cimavilla);

Elogio del Horizonte, de Eduardo Chillida

- o bairro mais antigo da cidade (Cimavilla), que estava em festa justamente no dia que visitamos a cidade (estava todo decorado com um tema marinho misturado com animais mitológicos);

Decorações no bairro de Cimavilla 1

 Decorações no bairro de Cimavilla 2

As apertadas ruas medievais ganharam ainda mais charme

- as ruínas das Termas Romanas em Campo Valdés (onde fica também a Paróquia de San Pedro);

A paróquia de San Pedro Apóstol, ao lado da playa de San Lorenzo

- o letreiro, que fica bem em frente ao porto marítimo.


Além disso, Gijón tem um ponto muito positivo: a comida. Os restaurantes pelo centro da cidade servem menu na hora do almoço (a partir das 13h30 +/-) e cobram aproximadamente 9 euros por pessoa. O menu inclue, no geral, 3 pratos, bebida, pão e sobremesa. A comida é muito saborosa, mas as quantidades são exageradas (como é comum no norte do país). Para não desperdiçar, talvez valha mais a pena investir em raciones (porções).

Avilés colorida

No nosso planejamento não havíamos incluído Avilés; nossa ideia inicial era ir aos Picos de Europa, um conjunto montanhoso que fica a uns 130km de Oviedo. Porém, pelo clima chuvoso, decidimos trocar o parque natural por essa cidade, que é mais próxima e podia ser acessada de ônibus.

No fim, foi uma boa troca. Apesar de, na chegada, Avilés parecer desinteressante, quando começamos a caminhar rumo ao centro histórico da cidade descobrimos as belezas locais. Chama a atenção o colorido das construções e a arquiterura extravagante. Foi a cidade que mais gostei, mas acho que o fato de o clima estar melhor nesse dia contribuiu para isso!

Dentre os pontos turísticos de Avilés, valem a pena:

- o Parque de Ferrera


- o Centro Cultural Niemeyer (sim, o brasileiro! Me senti em Brasília!)



- caminhar pelo centro histórico da cidade e encontrar um restaurante para comer




Informações úteis

Hospedagem: Ibis Budget Oviedo (50€/dia com café da manhã incluído)
Passagens Oviedo-Avilés/Gijón: Alsa (rodoviária: Calle Pepe Cosmen, n. 33001)
KMs totais: 782

Jaen-León



León-Oviedo



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