Férias na Espanha: País Vasco, na fronteira com a França

O verão 2019 chegou na Europa e, com ele, as tão desejadas férias de verão. Este ano, decidimos visitar o norte da Espanha, mais especificamente o País Vasco. Fizemos o trajeto de Jaén até Lesaka em carro, em um dia, com uma parada longa para almoçar em Pamplona, além de outras paradas mais curtas. Saímos às 10h da manhã e chegamos às 20h.

Aproveitando a viagem, fizemos bate e volta no segundo dia até a França, onde ficamos por Biarritz, um cidade de praia que faz parte de uma região também chamada de País Vasco, mas do lado francês. Na Espanha, passamos por Lesaka, San Sebastián (Donostia), Pamplona e Guadalajara.


San Sebastián (ou Donostia), capital do País Vasco espanhol

Lesaka

Começo pela cidade que foi nossa base: Lesaka. Esse povoado, na verdade, fica na província e região autônoma de Navarra, fora do País Vasco; mas, como ela fica bem na fronteira entre as duas regiões autônomas, é como se estivéssemos em território basco mesmo (inclusive o uso do euskera, a língua basca, é corrente por lá).


O único barzinho aberto numa segunda a noite em Lesaka parecia ser um local pró-separatismo onde o euskera reina (ardoak = vinho) 
 

Decidimos que íamos dormir a semana toda em Lesaka por 2 motivos: primeiro, porque ficava bem mais barato do que se hospedar em San Sebastián/Donostia e, segundo, porque Lesaka fica próxima tanto de Donostia (36,5 km) como da fronteira com a França para ir até Biarritz (49,6 km).

Não há muito o que se fazer em Lesaka a não ser mesmo apreciar esse povoado que faz você pensar que está na Suíça, e não na Espanha. O lugar conta com muitas hospedagens do tipo pensão ou albergue pois é muito procurado por turistas que gostam de montanhismo, trilha, que estão de passagem entre França e Espanha ou que, como nós, precisam de um local mais em conta onde ficar.

As casas e apartamentos de Lesaka contam com essa arquitetura que lembra um estilo suíço ou alemão e sempre contam com varandas floridas.
 
O que há pouco no local é restaurante. Geralmente, nas próprias hospedagens há algum bar ou restaurante com horário limitado de atendimento. Uma boa pedida acaba sendo comprar no minúsculo supermercado Dia, ou em alguma das 2 vendinhas da cidade, e cozinhar na pensão onde estiver hospedado.

Biarritz

Biarritz é uma das primeiras grandes cidades litorâneas no sudoeste da França com a qual você vai se deparar caso esteja vindo de carro da Espanha. Por suas boas temperaturas veraniegas, que se assemelham às temperaturas espanholas, e pela variedade de praias, incluindo algumas muito boas para o surf, Biarritz tornou-se, e ainda é, um destino de verão muito procurado pelos europeus. A ida a Biarritz desde o País Vasco espanhol, por rodovia, conta com um pedágio no valor de 5,55€ justamente na hora de cruzar a fronteira.

A cidade francesa não parece ser das mais ricas (há certa rusticidade e até precariedade de estrutura), mas, principalmente o centro histórico (a região conhecida como Port Vieux), conta com exuberantes construções, restaurantes e centros comerciais que unem o antigo e tradicional ao que há de mais moderno.

A praia no centro histórico da cidade (Port Vieux)
 
O centro histórico de Biarritz é pequeno e fácil de ser percorrido em metade de um dia. Por lá, além das diversas lojas de souvenirs e das confeitarias, vale a pena passar pelo Mercado Halles, onde os locais fazem suas compras rotineiras e os turistas podem apreciar ingredientes e pratos que para nós são dádivas para provar uma vez na vida e que, para os franceses, são "o pão de cada dia".

A culinária francesa é das melhores do mundo, mas a gente vai mesmo é atrás de confeitaria

Alguns exemplos são o foie gras, os queijos de todos os tipos, os vinhos de Bordeux, pratos com pato e os pintxos, tradicionais tapas da culinária basca, que pula a fronteira da Espanha e alcança, também, o País Vasco francês. 

Além do turismo gastronômico, Biarritz é indicada mesmo para curtir a praia, e a cidade conta com muitas. No próprio Port Vieux há a charmosinha Plage du Port Vieux, pequena e de mar calmíssimo. 

Para os surfitas de plantão, é recomendada a Côte Basque. Na Plage Milady, o mar é agitado e quase sempre o espaço para banho é limitado (além de ter que ser dividido com os estudantes de surf).


A Grande Plage é uma das mais movimentadas de Biarritz, conta com barraquinhas listradinhas icônicas e não tem tanto surfista disputando espaço no mar com os banhistas

Em Biarritz há uma grande diversidade de preços quando se fala em comer. Se você for mais fã de menu ou prato do dia, vai gastar a partir de uns 13€, fora bebida. Há várias opções estilo take away para quem prefere lanches, pedaço de pizza, crepe etc. Nos restaurantes mais rebuscados, pode-se achar pratos para compartilhar, principalmente de comida tipicamente litorânea, e o preço médio é de 40€ para 2 ou e 3 pessoas.

Por falar em comida, um costume interessante na cidade (não sei se em toda a França é assim) é sempre oferecer uma garrafa de água de 1 litro gratuitamente com as refeições.

Por fim, um tema que precisa ser comentado sobre Biarritz, para quem estiver viajando de carro até lá, é o estacionamento. Estacionar no centro da cidade, como na maioria das cidades europeias, é super difícil e cada vez mais desencorajado. É impossível escapar dos parkings pagos. Nós, por exemplo, deixamos o carro num parking durante umas 2h, no fim do dia, e o gasto foi de pouco menos que 5€. 


Entre as praias de Marbella e Milady é possível encontrar local para estacionar em Biarritz. Depois, basta percorrer todo esse caminho até o fim das pedras para alcançar o centro da cidade. 

Para o resto do dia, o que fizemos foi estacioná-lo próximo à praia Milady, mais afastada do centro e que conta com uma zona não muito grande de estacionamento gratuito. Mas é claro que, para conseguir parar, o ideal é chegar por lá antes das 10h da manhã. A desvantagem é que vai render uns 20 a 30 minutos de caminhada até o centro de Biarritz (se não estiver a fim de andar, pegar um ônibus da zona de estacionamento até o centro da cidade pode ser a melhor saída).

San Sebastián (Donostia) 

O dia seguinte foi dedicado a São Sebastião (San Sebastián, em espanhol, ou Donostia em euskera). Esta cidade é uma das mais ricas da Espanha e isso se nota. Comparada com o sul do país, onde vivo, percebe-se que tudo é bem mais funcional, bem estruturado, moderno e limpo. A cidade conta com uma praia, La Concha, que é considerada uma das praias urbanas mais bonitas da Europa. Vê-la de perto ajuda a confirmar que realmente ela faz jus ao título.

O centro histório de San Sebastián fica a poucos metros do final da praia e concentra as tascas e restaurantes não tão baratos, mas com ofertas de diversos pintxos (cada um sai por 2€ a 3€). Ao contrário da França, os menus ou pratos compartilhados são mais fartos e acabam saindo econômicos. O norte da Espanha é uma região de excelente produção de carne de vaca, portanto, recomendo pedir qualquer prato com carne bovina enquanto estiver por lá.

Além da praia e de andar pelas ruas do centro histório de Donostia, vale a visita ao Castillo de la Mota. Trata-se de uma fortaleza que fica no Monte Urgull cuja visita às suas partes externas é gratutia. O caminho para subir até lá não é exatamente simples (são uns 15 a 20 minutos de subida tortuosa), mas como é uma espécie de parque, acaba sendo agradável.
E a subida será recompensada com belas vistas da cidade, além da possibilidade de parar no barzinho "escondido" (mas bem sinalizado) para se refrescar com um copão de cerveja que custa apenas 2€.


Rotas de Lesaka (Espanha) a Biarritz (França)

Rota de Lesaka a San Sebastián


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