Voar com a Delta com conexão em Atlanta

Em 2024 tive a minha primeira experiência voando com a Delta Airlines, uma empresa estadunidense que oferece opções de voos entre Brasil e Estados Unidos e que, algumas vezes, pode ser uma alternativa mais barata para voar também da Europa ao Brasil e vice-versa. Só há um pequeno incoveniente: sempre haverá escala na terra do Tio Sam, geralmente em Atlanta ou Nova York.

Neste texto, vou contar como foi voar com a Delta com conexão em Atlanta, saindo de Madrid, na Espanha, com destino final no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Como muitas vezes os preços da Delta são bem competitivos para quem quer fazer trechos entre Europa e Brasil, acho que este texto poderá ser útil para muita gente que busca passagens aéreas baratas para esse trecho.


Compra da passagem

Eu não tinha nem ideia de que poderia voar da Espanha ao Brasil com a Delta. Já tinha ouvido falar dessa cia. aérea e sabia que era americana, mas nunca a cogitei como opção para esse tipo de viagem (geralmente pesquiso esse trecho pela Iberia, AirEuropa, Latam ou Tap). 

O que me fez conhecer a Delta como opção para ir de Madrid a Guarulhos foi o Google Flights. Pesquisando para o mês de agosto, que costuma ter preços altos por ser plena temporada de férias na Europa, com muita busca de viagens para o mundo todo, acabei vendo que a cia. americana estava com a passagens uns 500 euros mais em conta que as demais.

Olhando os detalhes, vi que tanto a ida como a volta tinham uma conexão nos EUA. Na ida, era uma conexão mais rápida, e na volta era uma conexão bem longa. Resolvi arriscar, pois a diferença de preço era realmente muito grande. Além disso, se fosse optar por alguma outra cia. aérea, teria que comprar voos com conexões de todas as formas, já que os voos diretos estavam absurdamente caros.

Entrei no site da Delta, pesquisei o mesmo que havia pesquisado no Google Flights e vi exatamente o preço que tinha visto no Google. Decidi então me inscrever no programa de fidelidade da empresa, o SkyMiles, para juntar milhas e ver se poderia repassá-la a alguma cia. aérea da Espanha ou do Brasil e tive a grata surpresa de ver que podia fazer isso sim, no caso com a AirEuropa.

O processo de compra pelo site da Delta foi tranquilo, no mesmo padrão de qualquer outra companhia aérea. No meu caso acessei a página em espanhol, mas eles também tem a versão do site em português.

Documentação de viagem

Um detalhe importante para quem cogitar voar com a Delta é - obviamente - o visto americano. 

No meu caso, por ter nacionalidade espanhola, o processo é mais simplificado e pude tirar uma autorização online, o ESTA, para indicar que acessaria o país para a conexão. Esse visto eletrônico costuma servir para qualquer nacionalidade da União Europeia, custa 21 dólares e vale por 2 anos, permitindo também a entrada como turista nos EUA. É muito fácil gestioná-lo por conta própria no site oficial do governo americano indicado acima (portanto, não caia em conversa de sites que te cobrem mais do que essa taxa!).

Caso a sua nacionalidade seja apenas a brasileira, verifique a forma ideal de solicitar seu visto de entrada ao país para o caso de precisar fazer uma conexão como essa. 

Experiência durante os vôos

Os 4 (!!) voos que fiz com a Delta foram bem aceitáveis. Lembrando que a ida foi:

  • Madrid > Atlanta
  • Atlanta > GRU 
e a volta foi:

  • GRU > Atlanta
  • Atlanta > Madrid

Geralmente, evito voos intercontinentais com conexão, pois são muito cansativos e de fato acabei bem cansada e com o jet leg horrível tanto na ida como na volta. Ao mudar tanto de fuso horário, saindo de Madrid de manhã, chegando dos EUA a tarde, e depois ao Brasil de madrugada, o meu organismo ficou doidinho.

Quanto ao voo em si, o avião da Delta a princípio me pareceu confortável, com um espaço um pouquinho mais amplo que outros que conheço, tipo os da Latam ou Iberia. Um ponto que me chamou a atenção foi a quantidade e principalmente a qualidade da comida. Se algum dia voar com a Delta e eles oferecem o nhoque com frango, arrisque em pedi-lo, pois o que veio para mim, pelo menos, parecia preparado em um restaurante.

Outro ponto positivo de voar com a Delta foi o fato de despacharem a mala diretamente para o destino final, evitando a inconveniência de ficar carregando mala de um voo ao outro. Além disso, essa vantagem me ajudou muito na volta, quando tive uma conexão longa e aproveitei para visitar a cidade de Atlanta sem precisar carregar peso.

Como nem tudo são flores, no voo da volta eu tive um grande inconveniente: não tinha mesinha na poltrona onde sentei, o que significou que não tinha onde eu apoiar a comida. Me comuniquei com a aeromoça e ela me trouxe uma bandeja grande para apoiar a bandeja menor das refeições. Mais tarde, recebi por email um voucher de 50 dólares para usar no site da Delta, como tentativa de compensar esse fato.


Conexão e aeroporto

Bom, como você já deve ter percebido, a experiência de voar com a Delta, até aqui, é bastante comum. 

O ponto de atenção principal se você tem uma conexão de poucas horas com essa cia. aérea é o aeroporto, principalmente se a sua conexão for em Atlanta. Isso porque essa cidade tem o aeroporto mais movimentado dos Estados Unidos, e provalmente um dos mais movimentados do mundo. 

Além da quantidade exagerada de passageiros circulando, o aeroporto em si também é gigantesco (me lembrou um pouco a cidade universitária da USP em São Paulo, com ruas, prédios, ônibus etc).

A minha conexão da ida em Atlanta foi de "apenas" 6 horas. Digo apenas porque para muita gente 6 horas pode parecer muito - e eu mesma pensei a princípio que com esse tempo conseguiria fazer tudo com folga; porém, depois de perder metade desse tempo na fila da imigração, pensei "ainda bem que são 6 horas, se fossem menos acho que não daria tempo". Portanto, minha recomendação é: evite conexões que durem menos de 4 horas. Eu sei que a cia. aérea tem que garantir que o passageiro embarque quando põe a venda conexões com tempos curtos, mas sinceramente, não acho que vale a pena o stress e não me arriscaria.

Já a conexão da volta foi de 12 horas, o que me permitiu, como comentei antes, até sair do aeroporto e visitar um pouco de Atlanta

O aeroporto de Atlanta está conectado com a cidade por uma linha de metrô (o sistema de metrô de Altanta se chama MARTA). Para acessá-la saindo do terminal internacional é preciso pegar um ônibus que leva uns 8 minutos para chegar na zona onde fica a entrada da estação. Depois, pegando o metrô (tanto faz se é a linha dourada ou a vermelha) vá até a estação Peachtree Center (demora uns 30 minutos) e você chegará numa área bastante central da cidade.

O que ver em Atlanta?

Como podem imaginar, mesmo tendo 12 horas de conexão para visitar a cidade, não quis arriscar-me muito e fiz um passeio rápido (umas 6 horas em total) apenas pela área central (a Downtown Atlanta). 

Atlanta não é exatamente uma cidade turística, me pareceu mais uma cidade de negócios, muito limpa e com prédios bem modernos. Ainda assim, me deu tempo visitar:
  • o The World of Coca-Cola (museu da Coca-Cola, pois Atltanta é a cidade natal da bebida)
  • o Centennial Park (um parque público com temática olímpica, pois Atlanta é uma das sedes do evento no mundo)
  •  zona da Peachtree Street (para lojas e restaurantes)






Por fim, vale a pena comentar que, para quem está acostumado com a tranquilidade da Europa, Atltanta pode assustar um pouco. Apesar da cidade ser bem bonita e de que vemos muito prédio moderno, carros de última geração e tal, também fica claro que é uma cidade com abismos sociais, deliquência e riscos como drogas e violência. 

Recomendo atenção dobrada no metrô, principalmente nas estações mais suburbanas, pois é notável que este não é um meio de transporte muito usado e, ao ficar vazio em alguns trechos, acaba sendo um bom reduto para ações de ladrões ou usuários de drogas, por exemplo.


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