Roteiro de 10 dias na Itália no verão
Finalmente chegou a oportunidade de visitar um dos países que eu mais tinha vontade de conhecer desde que me mudei para a Europa: a ITÁLIA!
Esse foi o nosso destino de férias de verão em 2023. Mais especificamente, decidimos fazer um roteiro de 10 dias na Itália no qual incluímos as cidades de Roma, Nápoles e a Costa Amalfitana. Os motivos para escolher essas regiões foram:
- primeiro, que os preços dos voos saindo de Madrid eram mais interessantes se a ida e volta fosse por Roma;
- segundo, que queria aproveitar a viagem à Itália para conhecer Nápoles, uma vez que essa cidade é a pano de fundo de uma das minhas séries de livros favoritas ("A Amiga Genial", de Elena Ferrante);
- terceiro, que, já que desceríamos até Nápoles e a Costa Amalfitana está muito perto, queríamos aproveitar para conhecer essa zona que é um dos destinos mais badalados e belos da Itália no verão.
Os 10 dias da viagem foram repartidos entre a capital Roma, a caótica Nápoles e a ilha de Ischia, e na zona da Costa Amalfitana, entre Salerno, Positano e Vietri Sul Mare. Neste post deixo um resumão sobre o roteiro que fizemos e algumas dicas gerais sobre o país.
Dias 1 e 2 | Roma
Nosso voo de Madrid a Roma foi noturno, então o primeiro dia foi basicamente de deslocamentos ao aeroporto de Madrid para pegar o voo a Roma e logo do aeroporto de Roma até o hotel. Passamos um dia mais em Roma antes de pegar o trem para Nápoles, e nesse dia conseguimos visitar principalmente a região da famosa Fontana di Trevi e da Piazza de Spagna, uma zona que mistura centro histórico com centro comercial, onde se concentram desde lojas populares até lojas das grifes europeias mais caras, como Valentino ou Prada.
Fontana de Trevi, Roma |
Também andamos pela zona da Piazza del Popolo e pela Villa Borghese, que é um parque agradável onde dá para se refugiar um pouco debaixo das árvores e escapar do calor sufocante que faz em Roma no começo de agosto.
Outra forma de combater o calor em Roma é aproveitar as inúmeras fontes de água da cidade. Ande com uma garrafa sempre à mão, pois em todo canto você poderá enchê-la com água mineral de ótima qualidade e que, ainda por cima, sai gelada das fontes e bebedouros! Na zona do Coliseu, a experiência sobe a outro nível pois há não somente fontes de água mineral, mas também de água frizzante (com gás)!
Dicas de transporte entre o aeroporto de Roma e o centro da cidade
Para o deslocamento entre o aroporto de Roma e o centro, se o seu voo chega tarde como o nosso (chegamos a Roma Fiumicino umas 00h15), provavelmente a sua opção será o táxi. Optamos por pedir um táxi via aplicativo FreeNow, mas também havia táxis estacionados por lá. Os preços são meio tabelados, então prepare-se para gastar uns 50 euros, no mínimo, até o centro de Roma.
Para voos que cheguem em horário matutino, vespertino ou mesmo noturno, mas antes das 23h, haverá vários ônibus de viagem no final do Terminal 3 que deixam os passageiros diretamente no centro de Roma (na estação de trem Termini) por preços muito mais atrativos (que variam de 5 a 7 euros por pessoa e por trajeto). Comprando a ida e volta casadas (ida no dia e volta aberta para os próximos 30 dias) o preços podem ficar mais baixos.
Há duas empresas mais conhecidas que oferecem esse transfer em ônibus de viagem do aeroporto de Roma Fiumicino ao centro de Roma: a Terravision e a T.A.M. Porém, em agosto o serviço estava sendo oferecido também por pelo menos mais outras 2 empresas (não sei se isso acontece apenas na alta temporadas ou se já é algo permanente).
Nós usamos um ônibus gerenciado por um indiano (não lembro e não anotei o nome, mas era o que parava na Fermata 3 em Termini). De fato, todos os ônibus param na estação Termini em frente à entrada ao Mercato Centrale e a maioria deles têm horários ininterruptos, a cada 40 min ou 1h mais ou menos. Algumas empresas, como a que escolhemos, não fazem o trajeto durante a madrugada inteira, mas sim circulam entre às 4h30 da manhã e a meia-noite.
Outra opção de transporte do aeroporto de Roma ao centro da cidade, que é mais cômoda e rápida, é usar o trem Leonardo Express que sai de dentro do aeroporto e tem destino final também na estação Roma Termini. O trajeto com esse trem dura uns 35 minutos.
Sobre a escolha de hotel em Roma, escolhemos um na região da estação Termini, o que foi uma boa idea pensando justamente nos deslocamentos de e para o aeroporto e também pelo fato de que usaríamos o trem para ir a outras cidades nesses 10 dias na Itália. Percorrer o país de trem é uma excelente alternativa para distâncias de até umas 3h30 ou 4h, já que esse transporte é fácil de usar, cômodo e costuma ter preços acessíveis (até o trem rápido pode sair barato se comprado com a devida antecedência).
Dias 3, 4 e 5 | Nápoles (e Ischia)
No terceiro dia da nossa viagem saímos de Roma rumo à Nápoles. Esse trajeto pode ser feito em trem regional (mais lento) da Trenitalia ou Intercity, ou pode ser feito em trem rápido da Ítalo ou Frecciarosa. Optamos por comprar o trem rápido da Ítalo com antecedência e conseguimos pagar um pouco menos de 20 euros cada uma pela passagem comprando-a mais ou menos 1 mês antes de realizar o trajeto.
Minha recomendação é que você comece a monitorar os preços do trem uns 3 meses antes da data da sua viagem entre Roma e Nápoles e, se encontrar qualquer valor abaixo de 20 euros, já deixar comprado. Com o trem rápido, a viagem entre essas duas cidades dura um pouco mais do que 1h. Mas, se quando pesquisar você vir que o preço do Ítalo está muito alto em comparação ao trem regional da Trenitalia, não tenha medo de comprar o trem mais lento, afinal a viagem tampouco será tão demorada assim (em média umas 2h).
Galeria Umberto em Nápoles |
Em Nápoles, optamos por ficar hospedados também perto da estação de trem (a Napoli Centrale) para faciliar o próximo deslocamento que faríamos com esse transporte até Salerno, que fica na região da Costa Amalfitana. A zona da Napoli Centrale é interessante pois está bastante coberta por comércio e restaurantes, mas não fica exatamente próxima do centro da cidade e das atrações principais de Nápoles (chegar até o centro histórico demanda uma caminhada de uns 30 minutos). Nápoles têm uma boa rede de metrô (na minha opinião, melhor que a de Roma), então hospedar-se na cidade perto de alguma estação de metrô sempre pode ser uma boa ideia.
Nós tivemos apenas 1 dia para aproveitar Nápoles realmente, já que no segundo dia em que ficamos na cidade acabamos decidindo visitar Ischia, que é uma das maiores ilhas da região e que, apesar de ser menos conhecida que Capri, é igualmente bonita. Portanto, no tempo que tivemos em Nápoles nos concentramos principalmente em conhecer o Quartieri Spagnoli e a Galeria Umberto. Já em Ischia decidimos passar o dia na praia, em um dos beach clubs da Spiaggia San Pietro. A ida de Nápoles a Ischia pode ser feita de ferryboat (há mais de uma empresa e todas saem do Porto de Nápoles).
Dias 6, 7 e 8 | Salerno, Positano e Vietri Sul Mare
Após nossa pasagem por Nápoles e Ischia, descemos um pouco mais pelo país de trem e chegamos à zona da Costa Amalfitana (ou "Costiera", como dizem os italinos), mais especificamente montamos nossa base em Salerno, que foi onde dormimos os 3 dias e de lá o plano era visitar as cidades mais famosas da Costiera: Amalfi e Positano.
O deslocamente de trem entre Nápoles e Salerno é com o trem regional. Como é um trajeto com muita frequência diária e com preço fixo, não fez falta comprar o bilhete com antecedência. Nesse caso, o trem que precisa ser pego é o regional mesmo e basta comprar na hora em alguma máquina e não esquecer de validar o papel antes de passar pelo controle de embarque.
Como disse, nosso plano inicial para a Costa Amalfitana era reservar um dia de visita a Amalfi e outro a Positano, uma vez que Salerno em si, apesar de ser uma cidade bastante agradável, não tem praias boas para banho, e queríamos aproveitar nossa passagem pela região para ir na praia, já que era verão.
A visita a Positano deu certo e a fizemos no dia seguinte à nossa chegada a Salerno (chegamos no sábado a Salerno, dia 05/08/23, e fomos a Positano no domingo, 06/08/23). Estou destacando essas datas pois tenho a impressão de que o fato de termos ido a Positano em um domingo fez toda a direfença para conseguirmos chegar até a cidade de ônibus (a empresa que faz o trajeto é a Sitasud).
Já nossa visita a Amalfi, que foi planejada para a segunda-feira, 07/08/23, infelizmente não aconteceu, e acredito que é porque nos dias da semana no mês de agosto os ônibus lotam muito! Assim que a dica mais valiosa se você pretende ir a Costa Amalfitana saindo de Salerno é: prefira deslocar-se com o ferryboat. Apesar de mais caro, esse transporte é muito mais garantido (e rápido!) do que o ônibus. Conto mais sobre a saga que é usar o Sitabus no post sobre a Costa Amalfitana.
Com isso, nossa opção no segundo dia em que estivemos pela região foi visitar a cidade de Vietri Sul Mare, um destino que também vale a pena na Costa Amalfitana e que fica ao lado de Salerno, o que permite que ele seja acessado de trem ou usando os ônibus locais do município.
Dia 9 e 10 | Roma
Os dois últimos dias da nossa viagem foram outra vez em Roma, e nos deslocamos até a capital italiana de trem. Compramos o trajeto Salerno - Roma com antecedência, já que optamos por usar o trem rápido da Ítalo novamente. Essa com certeza foi uma excelente escolha, pois a viagem mesmo de trem rápido já dura quase umas 3h. Com o trem regional mais lento passaríamos em média umas 4h ou mais viajando entre Salerno e Roma.
Aproveitamos a volta à Roma para visitar as regiões mais famosas da cidade, como a Piazza Venezia, o Panteão, a Piazza Navona e o Coliseu, complementando as regiões que já tínhamos visitado nos primeiros dias. Se quiser saber mais de Roma, entra no post específico sobre a cidade.
Hospedar-se na Itália
As principais dicas sobre hospedagem na Itália que posso deixar depois de viver a experiência de visitar o país são:
Atenção ao horário de entrada, pois muitos lugares cobram taxa extra se o hóspede chega depois de certo horário (geralmente depois das 19h). Além disso, na Itália a hora permitida para entrar no quarto costuma ser tarde comparada a outros países (na Itália é a partir das 15h ou inclusive a partir das 16h, enquanto que em outros países europeus costuma ser a partir das 13h ou 14h).
Atenção ao horário de saída: apesar de nos obrigarem a entrar tarde, a saída é cedo, e bem mais cedo do que em outros países. Em todas as nossas hospedagens na Itália tivemos que deixar o hotel ou apartamento entre às 10h ou 10h30, sendo que na Espanha ou Portugal, por exemplo, o check-out geralmente é às 12h.
Pagamento da taxa turística: em muitas cidades da Itália se cobra uma taxa turística que varia de 1 a 3 euros por dia e por hóspede. Essa taxa geralmente é paga a parte e em dinheiro. Das 3 cidades onde nos hospedamos, apenas em Salerno não foi cobrada taxa turística.
Reserve com muita antencedência: nossa viagem à Itália aconteceu em agosto e desde janeiro já tinha visto e reservado as nossas hospedagens. Pode parecer muita antecedência, mas é preciso ter em conta que a Itália é um dos países mais visitados do mundo e principalmente na temporada do verão europeu. Graças a isso, conseguimos excelentes preços e nossa média geral de gasto em hospedagem por pessoa ficou em 25 euros por noite.
Hospedagem em Roma
Tanto nos primeiros como nos últimos dias nós ficamos na Palma Residence, que fica bem perto da estação Termini. Estávamos em 4 pessoas e nos primeiros dias tivemos 2 quartos, cada um para 2 pessoas e cada um com banheiro privativo. Nos últimos dias, apesar de na reserva ter pedido também quartos separados, o gerente viu que éramos família e nos colocou todos em um quarto quádruplo que ficava em outro prédio. Podemos dizer que é um hotel, com cara de pensão. Como destaques, além da localização, menciono o fato de haver frigobar nos quartos e de podermos deixar as malas na recepção mesmo após o check-out.
Hospedagem em Nápoles
Em Nápoles ficamos em um apartamento chamado La Casa di Nonna. Trata-se de um apartamento completo que, apesar de ter apenas 1 quarto, acomoda até para 4 pessoas (cama de casal no quarto e duas camas de solteiro na sala). O apartamento é antigo e espaçoso, além de ser completamente equipado, tendo inclusive máquina de lavar roupa. A decoração é retrô e dá um ar elegante ao local, e a atenção da proprietária foi excelente (ela nos deixou inclusive entrar antes da hora oficial do checkin).
Hospedagem em Salerno
Nossa hospedagem em Salerno também foi em um apartamento chamado B&B Sognava, mas nesse caso a proprietária vive também no local e ocupa um quarto que fica na entrada do apartamento, enquanto que os hóspedes ocupam o quarto que fica no fundo do apartamento e que tem um banheiro privativo. O quarto é bastante amplo e acomoda bem até 4 pessoas. A cozinha é uma zona comum e não há lavanderia. Essa hospedagem não era perto da região da estação de trem, mas sim em frente ao porto em uma das avenidas principais da cidade.
As regiões visitadas
Transporte
- Aeroporto Fiumicino > centro de Roma (após 00h): táxi via app FreeNow
- Roma Termini > aeroporto de Roma: shuttle bus que sai da Fermata 3 na estação Termini
- Roma > Nápoles > trem rápido Ítalo
- Nápoles > Ischia / Ischia > Nápoles: ferryboat da Caremar
- Nápoles > Salerno: trem regional da Trenitalia
- Salerno > Positano / Positano > Salerno: Sitasud (com troca de ônibus em Amalfi)
- Salerno > Vietri sul Mare: trem regional da Trenitalia
- Vietro Sul Mare > Salerno: ônibus urbano de Salerno
- Salerno > Roma: trem rápido Ítalo
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